Ana Cláudia Barros(Terra Magazine)
“A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo quer retratação do programa "Vitória em Cristo", exibido pela Rede Bandeirantes, em razão das declarações do pastor Silas Malafaia, veiculadas na atração em 2 de julho de 2011. A PRDC considerou homofóbicos os comentários do pastor, que defendeu "baixar o porrete" e "entrar de pau" contra integrantes da Parada Gay.
A ação, que também é contra a TV
Bandeirantes, foi proposta nesta quinta-feira (16) e tramitará em uma das varas
cíveis da Justiça Federal de São Paulo. O caso havia sido denunciado pela
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(ABGLT) ao Ministério Público Federal, o que motivou a abertura de um inquérito
civil público.
De acordo com informações publicadas na
página da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, no curso do
inquérito, Malafaia explicou que tinha feito uma "crítica severa a
determinadas atitudes de determinadas pessoas desse segmento social, acrescida
também de reflexão e crítica sobre a ausência de posicionamento adequado por
parte das pessoas atingidas". Segundo o argumento apresentado por ele, as
expressões "baixar o porrete" ou "entrar de pau"
significavam "formular críticas, tomar providências legais".
Ainda conforme informações divulgadas no
site, o procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias,
entendeu que as expressões apresentavam "claro conteúdo homofóbico" e
que incitavam a violência contra os homossexuais. Na interpretação dele, as palavras
"configuram um discurso de ódio, não condizente com as funções
constitucionais da comunicação social".
Segundo a PRDC, durante o inquérito,
Malafaia pediu a seus fiéis que enviassem e-mails em sua defesa ao procurador
da República responsável pelo caso. Centenas de mensagens eletrônicas e
correspondências foram encaminhadas ao gabinete de Jefferson Aparecido Dias,
que questionou a iniciativa: "Da mesma forma que seus seguidores atenderam
prontamente o seu apelo para o envio de tais e-mails, o que poderá acontecer se
eles decidirem, literalmente, 'entrar de pau' ou 'baixar o porrete' em
homossexuais?"
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